domingo, 29 de agosto de 2010

Gestão Estratégica de Mudanças em TI

Boa parte das mudanças da área de TI vem de problemas relacionados com incidentes que precisam de resolução definitiva. Nesse aspecto a gestão quase sempre é reativa. Frameworks e normas como o CobiT, ITIL e a ISO 20000 fornecem as melhores práticas. Outras mudanças têm origem em portfolios de projetos alinhados com a estratégia da organização. Frameworks como o PMBok/OPM3 e o Val IT (PM) apoiam os processos. Este post abrange essas mudanças estratégicas. Todo mundo concorda que é preciso mexer na TI quando o ambiente de negócios da empresa impõe mudanças. Mas a idéia de que os ambientes de infraestrutura e de aplicações de TI possam querer mudar só por mudar em geral é vista com ceticismo. Em uma visão proativa, a TI precisa passar por uma “chacoalhada”, seja qual for o cenário externo de negócios da empresa. Bem, qual a real necessidade dessas mudanças estratégicas?

Antes de qualquer coisa, é importante saber um pouco que a criação da estratégia começa com as metas, que vêm em seguida à missão da organização. Um exemplo da meta estratégica para um provedor externo de TI é aumentar sua participação em 30% em serviços de RIMO (Remote Infrastructure Management Outsourcing) no mercado brasileiro até dezembro de 2011. Essas metas não vêm do nada; elas são resultados da análise do ambiente externo (ex. clientes, concorrentes, economia, parceiros, tendências etc.) e do ambiente interno (portfolio, pipeline, tecnologia, cultura, processos, recursos humanos etc.). Neste contexto, as mudanças estratégicas em TI devem acompanhar a estratégia da organização em todos os seus aspectos, não apenas na visão externa (estratégia competitiva), mas também na análise interna, cuja abordagem mais conhecida é a RBV.

A Visão Baseada em Recursos (RBV) tem como foco as competências essenciais que são as atividades que a empresa executa bem em comparação com a concorrência e que trazem valor para os seus clientes. Essas competências são originadas de combinação de recursos tangíveis e intangíveis, considerados estratégicos. Muitos recursos de TI (software, hardware, conhecimentos, processos etc.) fazem parte desses ativos estratégicos. A grande questão é que esses recursos de TI precisam ser combinados com outros recursos dentro da empresa (ex. Recursos de Produção, Vendas etc.) para prover as competências essenciais.

Quanto mais tempo as coisas forem feitas de um determinado jeito, mais difícil será se adaptar quando o negócio mudar.”
Vermeulen, Phanish e Gulati (Harvard Business Review, Jun/2010).

As competências são, por natureza, dinâmicas para que a empresa se mantenha a frente dos competidores e para que os clientes possam sempre valorizar os seus serviços e produtos. Afinal de contas, os cenários mudam, crises acontecem, oportunidades surgem... Por tabela, os recursos também precisam ser dinâmicos. Sendo assim, devem existir mudanças proativas dentro de TI para manter os recursos sempre estratégicos (pessoas, infra, software, conhecimento, processos etc.). Se o CIO considerar apenas a eficiência operacional, os recursos e capacidades de TI podem resultar em “incompetências essenciais” porque representam atividades na qual a empresa é mais fraca do que concorrentes.

Bem, em se tratando de mudanças estratégicas em TI (proativas, por natureza), a questão principal é saber quando mudar. Um questionário pode ajudar a decidir. O conteúdo dessa questionário dependerá de aspectos a exemplo do tipo do negócio, comunicação, governança entre as áreas da empresa, estrutura, controle e recursos estratégicos da empresa. Provedores de TI (internos e externos) que mudam antes que obrigados a tal não passam pelo processo radical e doloroso de reestruturação. Eis mais um bom tema para debate

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