sábado, 3 de outubro de 2009

De onde vem os inovadores? (Parte 2)

Onde estão os inovadores? Como localizá-los?. Esta segunda parte do post tenta fornecer mais subsídios para este grande desafio. Bem, Napoleão identificava os seus futuros comandantes já no inicio da carreira militar. Dava a estes acesso a recursos, autoridade e oportunidade para que provassem seu valor. Prahalad & Hamel, na consagrada obra “Competindo pelo Futuro”, abordaram o conceito de “Ativistas Revolucionários”. Uma empresa repleta de clones altamente socializados, com pensamentos semelhantes, provavelmente não criará o futuro; por outro lado, uma empresa repleta de renegados interessados apenas em si mesmos, também não criará o futuro. Segundo eles, os ativistas são profissionais que não tem medo de desafiar o status quo, não tem medo de dizer o que pensam, mas que também tem uma profunda visão estratégica e o desejo de melhorar não apenas o seu destino pessoal, mas também o dos outros. Estes são os inovadores. É preciso ir atrás deles.

“ Em empresas de sucesso, um individuo desse tipo deve ser incentivado a trabalhar com altos executivos em postos de linha cruciais para identificar inovações que possam mexer com a organização inteira. “

A revista Harvard Business Review de dezembro/2008 publicou uma matéria interessante sobre o tema “de onde vem os inovadores”. Sob o título “Como achar e preparar inovadores revolucionários”, o artigo aborda que empresas de destaque contam com processos internos de gestão de talentos e colocam seus inovadores na linha de fogo, onde prospera quem é inovador por natureza. Mentores e redes de conhecimentos são um apoio crucial. Depois de preparado e instalado no meio da organização, onde vira um “Centro de Inovação”, o inovador em ascensão consegue enxergar melhor como recombinar produtos, idéias e pessoas da organização – ou até de negócios inteiros – agregando valor no processo.

Ainda segundo a revista, um inovador fecha o foco nos aspectos mais importantes e não perde tempo com questões periféricas. Isso é importante, considerando a incrível quantidade de dados, idéias e, não raro, preferências conflitantes de clientes com que ele precisa lidar. É alguém com capacidade de encaixar as peças em um todo integrado e que também pensa de modo estratégico. Uma desconfiança básica leva essa pessoa a não contar com algo que já deu certo e a avaliar cada novo desafio do zero.

O inovador é alguém capaz de formular e reformular o desafio de pontos de vista distintos e identificar que soluções teriam mais chances junto a gente influente em sua organização.”

O interessante desta abordagem da Harvard Business, é que contraria o que presenciamos no dia-a-dia das empresas. Os gerentes ficam confiantes demais depois de uma série de triunfos (ex. execução de um projeto de TI com sucesso) e começam a acreditar em sua própria avaliação de desempenho, em conversa de corredores e em outros indicadores – e hesitam em reinventar a roda se uma certa abordagem funcionou tão bem no passado. Bem, três aspectos são apontados pela revista como maior desafio na identificação e preparação de uma geração de inovadores revolucionários. Uma empresa de sucesso:
  • Vasculha a casa atrás de talentos brutos – Busca, entre gente de alto potencial, aqueles que nunca estão satisfeitos em seguir as melhores práticas de ontem e que exibem habilidades incomuns.
  • Testa esses talentos com munição viva – Dá aos inovadores projetos de verdade e acesso à alta gerência.
  • Destaca mentores e incentiva redes de pares – Um mentor supre o inovador em ascensão de informações sobre pessoas com quem provavelmente travará contato e interações que provavelmente terá. O inovador é incentivado a buscar feedback em grupos de colegas na mesma situação.
  • Administra ativamente a carreira do inovador – Busca instalar o inovador fora da estrutura regular, aumentando assim a probabilidade de que venha a criar negócios totalmente novos.

Bem, a busca de inovadores em tecnologia da informação não é diferente. Empresas de TI que cultivam gente inovadora terá mais condições do que as concorrentes de se ajustar às mudanças de mercado e aos diversos cenários tecnológicos e econômicos. Eis um excelente tema para debate.