
“Os catalisadores agem provocando um novo caminho reacional, no qual tem uma menor energia de ativação”
No processo de inovação, podemos fazer uma correlação com a função de catálise. O aumento da velocidade é explicado pelo fato de o catalisador (time de inovação) gerar um caminho alternativo (processo de inovação) para que a reação (produto ou serviço inovador) ocorra com menor consumo de energia (investimento necessário na idéia e no projeto, alcançando um ROI mais rápido). A energia de ativação (força necessária para que a idéia se converta em um projeto de inovação) é um obstáculo para a ocorrência da reação. Na ausência de forças, o que está em repouso continua em repouso (uma parte da Lei da Inércia). A aplicação de um catalisador (força) torna a ativação do processo de inovação mais ágil e fácil.
"A essência da verdadeira inovação é a ... FORÇA. A fonte número 1 de inovação são pessoas P... da Vida."
Tom Peters, Reimagine
Nesse contexto, uma função de catalisação da inovação deve ser responsável por todo o processo e deve ter autoridade organizacional. Além disso, deve apoiar os gestores de linha na avaliação da viabilidade do projeto. Um time de inovação deve atuar como um catalisador, iniciando-se por uma completa avaliação do estado atual da inovação dentro do negócio, incluindo o grau de socialização, externalização, internalização e combinação do conhecimento (Takeuchi e Nonaka). Com base nessa avaliação, pode-se chegar a conclusões de que, por exemplo, existe um monte de idéias, mas falta a execução disciplinada para alcançar o retorno desejado pelo negócio.
No livro “Payback, A Recompensa Financeira da Inovação”, Andrew e Sirkin sugerem que os candidatos que atuarão como catalisadores devem possuir certas características, dentre elas uma sólida reputação na empresa, suficiente relacionamento interdepartamental e hierárquico para ter autoridade de indicar e executar mudanças, uma plena compreensão do negócio e experiência com os produtos e funções empresariais, uma atitude colaborativa, capacidade de f
acilitar as coisas, além de um forte senso de urgência e disciplina. Acrescentaria a esta lista uma boa visão de finanças corporativas para atividades de acompanhamento da curva financeira da inovação, análise de ROI, relatórios dos investimentos, busca de financiamento etc. Por que não os profissionais catalisadores também possuírem uma boa dose de criatividade para auxiliar os inovadores ? Conforme Steve Jobs, criatividade é conectar conhecimentos e experiências e criar coisas novas. Tem tudo a ver !!!

Na edição de 02/2010 da HSM Management, a professora Jeanne Liedtka, da Darden Business School da Universidade de Michigan, em seu artigo “6 Rotas de Líderes Catalisadores” resume bem o que se entende como Catalisadores de Inovação. “Tente colocar um fósforo aceso sobre um monte de açúcar. Nada acontecerá, porque, para colocar fogo no açúcar, é preciso mais calor do que um único fósforo pode fornecer. O monte de açúcar permanece, não importando quantos fósforos você jogue sobre ele. Mas coloque apenas um pouquinho de cinza de cigarro no topo do açúcar e veja o que acontece quando você risca o fósforo: um inferno surge sobre a mesa, só por causa de um pouquinho de cinza.

Imagino que em várias empresas o açúcar já está sobre a mesa, talvez com uma tonelada de fósforos desperdiçados. Apresentei aqui algumas idéias para apoiar a catalisação dessa reação. Eis um bom tema para debate ...